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O futuro está no espaço
por Wilson Guerra

Vivemos uma situação curiosa. A cada dia estamos mais dependentes das tecnologias e seus subprodutos que nós mesmos desenvolvemos e fabricamos. Precisamos produzir energia, processar matérias-primas, enriquecer minerais, beneficiar alimentos, etc. Afinal, tudo depende disso, nas indústrias, nas escolas, nos hospitais, em nossas casas, e já não vivemos bem sem elas.

Para isso, estamos constantemente interferindo em nosso ambiente, modificando a disposição natural das coisas. Deslocamos água para locais antes secos, removemos minérios do lugar, poluímos o ar com os detritos de nossas indústrias e aquecemos a atmosfera com os gases expelidos de nossas máquinas. Nossas atividades desregulam o planeta. Nosso destino, fatalmente, será um só: as tecnologias acabarão com os recursos naturais que por sua vez sustentam as tecnologias. Terminaremos sem um nem outro.

Mas existe uma opção, e ela está acima da atmosfera. O sistema solar pode nos suprir com sua abundância de recursos por milhares de anos. O espaço nos dá essa liberdade.

Existem grandes depósitos de ferro, titânio e níquel em asteróides e nas luas de baixa gravidade. Em nossa Lua por exemplo sabe-se que há muito alumínio. Em Titã, o maior satélite natural de Saturno, há evidências da presença abundante de hidrocarbonetos. Poderemos ter lá gigantescas jazidas de gás natural e outros tipos de combustíveis.

Usinas de processamento desses minérios poderiam ser construídas na órbita terrestre. Surgiriam as primeiras indústrias espaciais da história. Pouparíamos nossos solos da exploração desenfreada e maléfica das minerações. Os detritos e resíduos produzidos por essas novas indústrias poderiam ser expelidos no vácuo infinido do espaço sem maiores complicações. Pouparíamos nosso ar e nossas águas. A energia necessária para o funcionamento destas indústrias orbitais poderia ser extraída da própria radiação solar, que sem a filtragem da atmosfera terrestre, tornam os painéis solares ainda mais eficientes. A própria energia gerada dessa forma pode ser enviada à Terra em microondas. A viabilidade deste processo foi comprovada por estudos da Boeing. Isso possibilitaria reduzir (ou quem sabe eliminar) o número de usinas nucleares ou hidroelétricas terrestes que, respetivamente, têm o inconveniente de produzir lixo radioativo e alagar áreas enormes. Mais uma vez, pouparíamos nosso frágil planeta dos desequilíbrios provocados pela nossas necessidades energéticas. A Terra seria um santuário intocável, e toda nossa casa finalmente seria uma área de preservação permanente.

Os "operários espaciais" seriam os grandes heróis dessa história futura. Grupos de homens e mulheres que se revesariam periodicamente nas estações industriais espaciais e nas usinas "helioelétricas" que livraram a Terra da manipulação insana do humano sobre a natureza. Colônias espaciais seriam os escritórios, oficinas e conjuntos habitacionais temporários destes profissionais do futuro. Poderiam ser estações orbitais girantes, com 600 metros de raio, para com a força centrífuga simular a gravidade terrestre - como a Estação V de 2001: uma odisséia no espaço - abrigando de tudo um pouco do que há na Terra: cinemas, teatros, bibliotecas, bares.

Ou então uma base na Lua, como uma Central de Operações. De lá partiriam em seus veículos espaciais, coletando minérios ou até trazendo pequenos asteróides para regiões mais próximas onde pudessem ser extraídas as matérias-primas.

Esta é a visão apresentada pelo físico norte-americano Gerald O'Niell em 1971 para o futuro da exploração espacial. Visão que rapidamente ganhou o interesse e o apoio de muita gente. Talvez a Estação Espacial Internacional represente o embrião dessa nova e promissora fase para a humanidade. De lá estamos tirando novas lições de experimentos em física, química e biologia. E aprendendo a lidar com o espaço, estamos caminhando para construir nosso novo ambiente de trabalho.

Da insana corrida militar espacial dos anos 50 e 60, poderíamos agora migrar para a madura e ponderada cooperação internacional e preservação ambiental no século XXI. Parece bastante animador. As opções estão aí. Cabe a humanidade decidir por qual caminho trilhar.


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